Essa foi, sem sombra de dúvidas, uma das fotos que mais exigiu de mim dentre todas as outras até hoje.
Precisei pular da cama às 4hrs da manhã e dirigir (im)prudentemente por mais 2 horas dentro do Glacier National Park, nos EUA.
Quando cheguei ao lugar que tinha pesquisado na noite anterior, havia mais dois fotógrafos com os tripés cravados exatamente onde eu gostaria de estar.
Fazer o que, acontece… apesar de todo o meu empenho, o sol já estava relativamente alto e o lugar ocupado por pessoas.
Mesmo assim, decidi fazer o melhor possível e recompensar meu esforço.
Foi aí, então, que comecei a caminhar ao redor procurando por uma composição alternativa. E pouco tempo depois, algumas agachadas aqui e outras ali, bingo! Saca só o processo mental dessa composição:
- Note que tudo aponta para o horizonte atrás, tanto as pedras na direita e esquerda, quanto a montanha maior ao fundo. Estas são minhas linhas guias.
- Para intensificar ainda mais o efeito de linhas, fotografei em longa exposição para que a espuma da água criasse riscos que também apontam para o horizonte.
Esses pontos são os principais por trás da composição… a forma como eu a paisagem.
Para fotografar, capturei várias exposições diferentes: algumas mais escuras para ter o céu bem definido, outras médias e finalmente algumas mais claras pensando nos detalhes das rochas e corredeiras.
Depois, no pós-processamento, criei máscaras manuais e combinei em uma foto apenas o que as outras tinham de melhor. Um processo conhecido como manual exposure blending.
As configurações para a captura foram:
- Câmera Canon 700D
- Lente Sigma 10-20 (em 10mm)
- f/18
- ISO100
- Exposições: 1/4s, 1/15s e 1.3s
- Modo AV
- Tripé
Perceba que optei por uma abertura menor de diafragma (f/18) para conseguir exposições mais longas sem precisar do meu ND Filter. Nāo quis perder mais tempo ainda, já que a cena mudava muito rapidamente.
Boa, espero que você tenha curtido. Essa análise por trás da foto é bastante rica e acredito que você possa tirar alguns nuggets de conhecimento 🙂
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Grande abraço,
Ricardo